LIVRO DAS SOMBRAS VOLUME II
152 - Magnum
- INTRODUÇÃO
- 1 - Exu Caveira
- 2 - Brothers and sisters
- 3 - Rafael
- 4 - Kilohertz
- 5 - Matriarca
- 6 - O lustre dourado
- 7 - Blend
- 8 - Endurence e Stamina
- 9 - Segura sua onda!
- 10 - Guerreiro Pacífico
- 11 - Pantera Negra
- 12 - Solucionando o acidente
- 13 - Sarcasmo Horripilante
- 14 - Taco adaptado
- 15 - Estevan Zaak in Chess
- 16 - Presente para a irmã
- 17 - Akira
- 18 - O arcanjo
- 19 - Buckethead
- 20 - Mosquito eyes
- 21 - Arcanjo Gabriel
- 22 - Bola 8
- 23 - Enya
- 24 - Golfinhos
- 25 - Bowl na mira
- 26 - Reversibilidade
- 27 - Samaúma
- 28 - The mirror
- 29 - Espiral das realidades
- 30 - Angus Young
- 31 - Código intravenoso
- 32 - Vibranium de Wakanda
- 33 - Ludibriando a fera
- 34 - Folk Guitar
- 35 - Nevrálgico
- 36 - A árvore
- 37 - A sina é a saga
- 38 - Depois da curva
- 39 - A grande Obra
- 40 - Insight
- 41 - A intersecção
- 42 - Mapa Estelar
- 43 - A força e a impressão
- 44 - Restaurado
- 45 - Profecia
- 46 - Dentro e fora
- 47 - O que eu vejo
- 48 - O ritual
- 49 - B-Boy
- 50 - O Marciano
- 51 - Prevent self-sabotage
- 52 - New York City
- 53 - Gremlin Surf
- 54 - O imperador
- 55 - É o teste
- 56 - Soffione
- 57 - Cézar
- 58 - Missa Solemnis
- 59 - Dark Skull Shaman
- 60 - Dama da noite
- 61 - Casa Branca
- 62 - Código intravenoso
- 63 - MD11 Europe
- 64 - Ice Hóckey
- 65 - Trem da meia noite
- 66 - I have a dream
- 67 - Child
- 68 - Renegociando
- 69 - Fogueira secreta
- 70 - BMX
- 71 - A reação da bruxa
- 72 - Vortex
- 73 - Endemoniado
- 74 -Extrato do veneno
- 75 - Gárgula
- 76 - Ídolo
- 77 - Ministra do destino
- 78 - Gamers
- 79 - Delírio do colírio
- 80 - Cálice de sonhos
- 81 - War
- 82 - Ciências aplicadas
- 83 - O maniqueísmo e seu espelho
- 84 - Falling Angel
- 85 - Ayurveda
- 86- Mais um portal
- 87 - Sem rótulos
- 88 - Triathlon
- 89 - Drink de luz negra
- 90 - Jimi Hendrix
- 91 - Freddie Mercury
- 92 - Mercury Planet
- 93 - Liquid Mercury
- 94 - Urano
- 95 - Maluquinho
- 96 - Timbalaia
- 97- Lobotomia
- 98 - Four Sides Chess
- 99 - Kasparov e Maslow
- 100 - Luzes de meu pai!
- 101 - F-14
- 102 - Goa Gil
- 103 - O triângulo
- 104 - Tribo Terena
- 105 - Lótus Negra
- 106 - Breaking Bad
- 107 - Meu Pai!
- 108 - Homeostatic Balance!!!
- 109 - Pantera cor de Rosa!
- 110 - Tesla
- 111 - Mumm-Ha
- 112 - Sací-Pererê
- 113 - Paradigm Shift
- 114 - Octopus
- 115 - CERN
- 116 - Mussorgsky
- 117 - Calígula
- 118 - Ajña
- 119 - Ética do CRT
- 120 - Metafísica terrestre
- 121 - Duende Macabro
- 122 - Dança Macabra!!!
- 123 - Ramessés I
- 124 - Necronomicon
- 125 - O Livro das Portas
- 126 - Suns of Anarchy!!!
- 127 - Cneu Pompeu Magno
- 128- Intestino e caráter!
- 129 - Frank Zappa
- 130 - Pinga de Alambique
- 131 - Polícia Xamãnica!
- 132 - Coruja Zeus
- 133 - Prosperity Goblin
- 134 - Doutor estranho!
- 135 - O Laboratório!
- 136 - Walter White: O verdadeiro laboratório...
- 137 - Jason Becker: Perpetual Burn!
- 138 - Greg Howe
- 139 - Pressão 13/9
- 140 - Mekong Delta: Modest Mussorgsky
- 141 - Revolução Francesa
- 142 - Nitrogênio Metano Enxofre
- 143 - Ace of Clubs
- 144 - Jack of clubs
- 145 - Placebo
- 146 - Sonho Real
- 147 - Hard Rock Café
- 148 - Neuroplasticidade
- 149 - Thinker
- 150 - Sofia
- 151 - Hermes Trimegisto
- 152 - Acadêmico
- 153 - Compacto Laser
- 154 - A engrenagem
- 155 Pluto
- 156 - Yin Yang original
- 157 - Magnum
- 158 - Isis
- 159 - Código de honra
- 160 - O cipestre
- 161 - Buxido
- 162 - Sono induzido - Akira
- 163 - Ruiva
- 164 - Racker
- 165 - Ciberpunk
- 166 - Farol na escuridão!
- 167 - 14 milhões
- 168 - Capitães da areia!
- 169 - Sócrates
- 170 - A caverna
- 171 - Ditadores assassinos !
- 172 - Jap: You are the next!
- 173 - Vlad III
- 174 - Freedom
- 175 - Agamemnom
- 176 - Head Trauma!
- 177 - Biblioteca de Alexandria: O livro salvo!
- 178 - Vamp
- 179 - Usain Bolt - 9:58
- 180 - Perpetual in the dungeon
- 181 - Roberto Justos!
- 182 - Wolf.
- 183 - Guerra Santa
- 184 - Renegociação
- 185 Paganini
- 186 - O bruxo
- 187 - O futuro
- 188 - Xadrez Tridimensional
- 189 - Seii Taishōgun
- 190 - Hernán Cortêz
- 191 - Moctezuma Xocoyotzin
- 192 - A arte
- 193 - Itaú
- 194 - Generations
- 195 - Adaptação e não enquadramento
- 196 - Místic Future
- 197 - Siberius Magic
- 198 - Playback Secret
- 199 - Doze Drive Pedals
- 200 - Gran Finale
- 201 - Marlene Rosa
- 202 - Rekhet: Filosofia do egito!
- 204 - O menino que sabe
- 205 - Resiliência
- 206 - Azteca
- 207 - Aliados importantes
- 208 - Plantas psicotrópicas na Bíblia
- 209 - Onde há luz há sombra
- 210 - Bruxas e bruxos torturados
- 211 - Solastender treze
Monday, June 23, 2025
Sunday, February 2, 2025
210 - Bruxas e bruxos torturados
Uma questão muito triste e complexa. Aqui estão 30 exemplos de mulheres acusadas de bruxaria e perseguidas pela Igreja Católica durante a Idade Média e o Renascimento:
1-5
1. Joana d'Arc (Francia, 1431): Líder militar e visionária, acusada de heresia e bruxaria.
2. Merga Bien (Alemanha, 1580): Acusada de bruxaria e torturada até confessar.
3. Walpurga Hausmannin (Alemanha, 1587): Acusada de bruxaria e queimada na fogueira.
4. Anna Pappenheimer (Alemanha, 1600): Acusada de bruxaria e torturada até confessar.
5. Isobel Gowdie (Escócia, 1662): Acusada de bruxaria e torturada até confessar.
6-10
6. Malleus Maleficarum (Alemanha, 1486): Não é uma pessoa, mas um livro que serviu de base para a perseguição às bruxas.
7. Heinrich Kramer (Alemanha, 1505): Autor do Malleus Maleficarum e inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
8. Alison Balfour (Escócia, 1594): Acusada de bruxaria e torturada até confessar.
9. Agnes Sampson (Escócia, 1591): Acusada de bruxaria e torturada até confessar.
10. Elinor Shaw (Escócia, 1591): Acusada de bruxaria e torturada até confessar.
11-15
11. Jane Wenham (Inglaterra, 1712): Acusada de bruxaria e absolvida após um julgamento.
12. Elizabeth Howe (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
13. Rebecca Nurse (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
14. Martha Corey (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
15. Mary Eastey (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
16-20
16. Tituba (Inglaterra, 1692): Escrava africana acusada de bruxaria e torturada até confessar.
17. Sarah Good (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
18. Dorcas Good (Inglaterra, 1692): Filha de Sarah Good, acusada de bruxaria e presa.
19. Abigail Hobbs (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e confessou após tortura.
20. Bridget Bishop (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
21-25
21. Alice Parker (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
22. Ann Pudeator (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
23. Mary Parker (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
24. Wilmot Redd (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
25. Margaret Scott (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
26-30
26. Susannah Martin (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
27. Sarah Wilds (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
28. Dorcas Hoar (Inglaterra, 1692): Acusada de bruxaria e executada.
29. George Burroughs (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado.
30. Giles Corey (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado por compressão.
Essas mulheres (e alguns homens) foram acusados de bruxaria, torturadas
Uma questão muito triste e complexa. Aqui estão 30 exemplos de homens acusados de bruxaria e perseguidos pela Igreja Católica durante a Idade Média e o Renascimento:
1-5
1. Giles Corey (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado por compressão.
2. George Burroughs (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado.
3. John Proctor (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado.
4. John Willard (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado.
5. John Howe (Inglaterra, 1692): Acusado de bruxaria e executado.
6-10
6. Marcel Bouchet (França, 1590): Acusado de bruxaria e queimado na fogueira.
7. Pierre Burgot (França, 1590): Acusado de bruxaria e queimado na fogueira.
8. Jacques Roulet (França, 1590): Acusado de bruxaria e queimado na fogueira.
9. Jean Delanoue (França, 1590): Acusado de bruxaria e queimado na fogueira.
10. Pierre Gandillon (França, 1590): Acusado de bruxaria e queimado na fogueira.
11-15
11. Heinrich Cornelius Agrippa (Alemanha, 1535): Acusado de bruxaria e perseguido.
12. Johannes Trithemius (Alemanha, 1516): Acusado de bruxaria e perseguido.
13. Cornelius Loos (Alemanha, 1593): Acusado de bruxaria e executado.
14. Johann Weyer (Alemanha, 1588): Acusado de bruxaria e perseguido.
15. Reginald Scot (Inglaterra, 1584): Acusado de bruxaria e perseguido.
16-20
16. Benedict Carpzov (Alemanha, 1666): Acusado de bruxaria e executado.
17. Johann Heinrich Juncker (Alemanha, 1666): Acusado de bruxaria e executado.
18. Johann Georg Faust (Alemanha, 1540): Acusado de bruxaria e perseguido.
19. Theophrastus Bombastus von Hohenheim (Alemanha, 1541): Acusado de bruxaria e perseguido.
20. Heinrich Kramer (Alemanha, 1505): Autor do Malleus Maleficarum e inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
21-25
21. Jakob Sprenger (Alemanha, 1495): Co-autor do Malleus Maleficarum e inquisidor.
22. Konrad von Marburg (Alemanha, 1233): Inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
23. Pope Gregory IX (Itália, 1241): Papa que ordenou a perseguição às bruxas.
24. Heinrich Institoris (Alemanha, 1503): Inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
25. Jakob Fugger (Alemanha, 1518): Banqueiro que financiou a perseguição às bruxas.
26-30
26. Georg Pictorius (Alemanha, 1563): Inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
27. Johann Wier (Alemanha, 1564): Inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
28. Heinrich Neumann (Alemanha, 1565): Inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
29. Johann Georg Gödelmann (Alemanha, 1584): Inquisidor que perseguiu muitas bruxas.
30. Balthasar Bekker (Holanda, 1694): Teólogo que criticou a
Friday, September 27, 2024
209 - Onde há luz, há sombra. Jung
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
"Onde há luz, há sombra"
Essa frase foi escrita por Carl Gustav Jung, sobre o
conceito de Sombra, um dos arquétipos da psique humana segundo a Teoria
Jungiana. Você já ouviu falar do conceito de Sombra na psicologia analítica?
A Sombra emerge no processo de autoconhecimento, no
momento em que o ego começa a se diferenciar da persona (as máscaras sociais),
isto é da imagem ideal que tem de si. Sem tanta idealização começamos a fazer
contato com um lado mais oculto, aspectos mais inconscientes de nós mesmos, que
muitas vezes são os que mais negamos.
A Sombra é um aspecto (ou um conjunto de aspectos)
geralmente desconhecido do eu, que negamos em nós e tendemos a projetar nos
outros. São aspectos inconscientes, virtudes e defeitos, que por determinados
motivos (complexos, traumas, etc.) não conseguimos ver conscientemente em nós.
O outro funciona como um espelho. Só percebemos e nos
incomodamos demais com o que de alguma forma temos em nós. O incomodo na
verdade é consigo mesmo. Projetamos de maneira inconsciente como uma
oportunidade para enxergarmos, pois é mais fácil a princípio enxergar no outro
do que em si.
“As coisas que mais repugnamos em nós e que por isso
reprimimos, nós a projetamos nos outros, seja ele o vizinho, o nosso inimigo
político ou uma figura símbolo como o demônio. E assim permanecemos
inconscientes de que as abrigamos dentro de nós.” Nise da Silveira
“Aquilo com que
você não consegue coexistir não o deixará existir.” Bill Spinoza
A sombra é o oposto da consciência, mas também é o que
falta a cada personalidade. Falta, pois costumamos negar e reprimir o que nos
incomoda em nós, e desta forma não nos vemos por completo. Jung dizia que onde
há luz, há sombra, e inclusive, quanto maior a luz, maior a sombra.
Por isso podemos observar num processo de
autoconhecimento, onde começamos a “iluminar”, isto é, perceber aspectos
desconhecidos de nós mesmos, que surgem em nós qualidades que consideramos
positivas e negativas. Esses aspectos surgem simultaneamente e parecem crescer
durante o processo. Tanto os considerados positivos quanto os considerados
negativos.
A verdade é que essas características não estão
crescendo ou aumentando em nós, e nem mesmo estão surgindo, pois sempre
estiveram ali. Estamos é percebendo de forma cada vez mais consciente cada uma
delas. E o que consideramos positivo ou negativo, muitas vezes vem de uma visão
dualista da cultura na qual estamos inseridos.
Se estamos ampliando o olhar sobre o nosso interior,
não há como selecionar para onde vamos olhar. Se estamos realmente ampliando
este olhar, olharemos para o que nos desagrada também, e esse é o maior desafio
e o que traz o maior amadurecimento.
Qualquer característica ou aspecto interno nosso pode
fazer bem ou fazer mal, tanto para nós mesmos quanto para outros. Depende do
momento e da forma como nós lidamos com aquela característica. Porém, para
podermos lidar com a característica precisamos antes ter consciência de que ela
existe.
Uma certa escuridão é necessária para ver as estrelas.
Negar a sombra é fornecer a ela mais poder. Quando
negamos esses aspectos eles se tornam mais inconscientes e podem vir à tona de
maneira incontrolável em momentos de fortes impulsos emocionais. Muitas vezes
podemos ter ações as quais não controlamos. Nesses momentos é a sombra atuando
de forma autônoma, e isso pode causar mal a nós mesmos e a outros.
Se conhecemos mais profundamente nossos aspectos, e
principalmente, aceitamos todos eles, podemos aprender a lidar com aquele
aspecto mais difícil, que nos desagrada ou já nos fez mal de alguma forma.
Reprimir ou ignorar não fará com que ele desapareça, muito pelo contrário,
aquele aspecto contém uma energia que quanto mais contida mais força ganha,
como uma mola pressionada em uma caixa, ou um animal selvagem preso durante
muito tempo numa jaula.
Precisamos esquecer por um momento a visão dualista da
sociedade, que define opostos como certo e errado, bom ou mau; e compreender
que o que importa é descobrirmos o que realmente nos faz sentir bem. Lembrando
que o que nos faz bem pode não fazer bem ao outro, e o que nos faz bem hoje
pode não nos fazer bem amanhã.
Somos perfeitos da forma que somos e todas as
características presentes em nós podem ser direcionadas de acordo com a nossa
vontade, se estivermos conscientes dela.
Wednesday, July 10, 2024
208 - Plantas psicotrópicas na Bíblia.
A civilização humana, desde tempos imemoriais, teceu uma intrincada relação com o reino vegetal. Plantas não apenas nos sustentam, mas também nos inspiram, curam e conectam ao divino. Nos textos sagrados, em especial na Bíblia, encontramos uma rica tapeçaria de referências botânicas, desde incensos cerimoniais até óleos de unção.
Plantas na Bíblia
Identificar as plantas mencionadas na Bíblia é uma tarefa desafiadora. Estudiosos reconhecem cerca de 206 espécies, com um consenso em torno de 96 plantas. No entanto, as traduções variadas, a evolução linguística e as mudanças climáticas dificultam a identificação precisa. Muitas vezes, as traduções incluem referências a plantas não nativas da região, complicando ainda mais a questão.
Embora as plantas psicoativas representem apenas uma pequena fração do reino vegetal, elas desempenharam papéis significativos nos contextos médico, espiritual e cultural. Entre as plantas mencionadas na Bíblia, algumas têm propriedades alucinógenas ou narcóticas, como a mandrágora, o absinto e o zimbro.
Uvas
As uvas, embora não sejam psicoativas em si, têm um lugar proeminente na Bíblia devido ao seu produto final: o vinho. Presente em cerimônias, comércio e medicina, o vinho era uma das commodities mais importantes na antiguidade.
Mandrágora
A mandrágora, famosa por suas raízes humanoides, é tanto uma curiosidade botânica quanto uma planta com propriedades alucinógenas. Mencionada em Gênesis 30, sua utilização é envolta em mitos e lendas.
Absinto
O absinto, conhecido por sua amargura, também foi associado a propriedades alucinógenas. Mencionado em Jeremias 9:15, sua presença na Bíblia reflete seu uso histórico como veneno e estimulante.
Zimbro
O zimbro, embora não seja consumido, é queimado ritualisticamente. Mencionado em Reis 19:5, sua presença na Bíblia está ligada à intervenção divina e à espiritualidade.
Maná
O maná, mencionado no Êxodo, é um enigma botânico. Alguns teorizam que sua origem pode estar ligada ao fungo do centeio, embora essa visão seja controversa.
Papoula e Nardo
A papoula, associada ao "vinho e fel" da crucificação, e o nardo, usado em unções cerimoniais, têm sido objeto de debate entre estudiosos quanto a seus efeitos e interpretações bíblicas.
Como tal, os efeitos ativos dessas plantas foram administrados por inalação e óleos tópicos, em vez de por via oral. Por exemplo, em Marcos 14:3, uma mulher unge a cabeça de Jesus com óleo de nardo antes de visitar a casa de Simão, o leproso, talvez para proteger Jesus de doenças. Em João 12:3, Maria unge os pés de Jesus com o mesmo óleo.
Acácia
A acácia, cujas espécies produzem a enteógena dimetiltriptamina (DMT), desencadeou especulações sobre seu papel em relatos bíblicos, como o da sarça ardente de Moisés.
Cannabis
A referência ao "kaneh-bosm" em Êxodo 30:23 tem sido objeto de intensa discussão. Alguns teorizam que essa planta poderia ser a cannabis, embora essa interpretação seja disputada.
A jornada pelas plantas tidas como drogas na Bíblia nos leva a uma compreensão mais profunda da interseção entre botânica, espiritualidade e cultura. Essas plantas não apenas influenciaram os rituais e práticas religiosas antigas, mas também continuam a despertar curiosidade e debate nos tempos modernos.
O profeta Moisés estava sob efeito de poderosos alucinógenos quando desceu o monte Sinai e apresentou ao povo judeu os Dez Mandamentos, afirma Benny Shanon, professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Em um artigo provocador publicado nesta semana no "Time and Mind", uma revista científica dedicada à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.
"Em relação a Moisés no monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense.
"A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou. Ele também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam.
De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica. "Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou.
Segundo o pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona essa árvore freqüentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.
Tuesday, July 9, 2024
Friday, July 5, 2024
206 - Azteca
DEUS QUETZALCOALT
Glória da manhã
Morning Glory é o nome colectivo de mais de mil espécies de plantas trepadeiras psicoactivas e tem sido usado durante séculos como medicina sagrada. Entre estas espécies encontra-se o género Ipomea, que contém cerca de 600 espécies. O nome botânico vem do grego e é uma amálgama de 'ipos', que significa 'verme da madeira' e 'homoios', que significa 'semelhante a'. O nome é baseado no carácter sinuoso da planta. Cresce em zonas tropicais e sub-tropicais do mundo. As subespécies normalmente vendidas nas Smartshops são Ipomea tricolor, ou Mexican Morning Glory, e Ipomea violacea. Tem havido alguma confusão em torno do nome destas duas espécies, que são muito semelhantes. A Ipomea tricolor pode ser anual ou adulta, dependendo de onde cresce. Ela não suporta muito bem o frio, a menos de 5 graus Celsius não sobreviverá. Contém belas flores e por isso gosta de ser mantida como planta ornamental em jardins. As flores são em forma de trombeta e geralmente azuis, com um centro branco a dourado. Entretanto, a espécie foi cultivada ainda mais, para que haja cultivares com flores de cores diferentes. Os nomes para estas espécies são "Estrela Azul", "Pires Voadores", "Azul Celestial", etc... As sementes da Morning Glory contêm as substâncias psicoactivas. A semente é obtida a partir das flores, quando estas morrem forma-se uma vagem de semente dentro de várias sementes.
Efeitos semelhantes aos do LSD
A estátua da flor Príncipe Xochipilli, contém imagens das plantas sagradas mais importantes para o povo asteca. A estátua data do século XVI. O príncipe está sentado num trono, que é decorado com planta de tabaco (Nicotiana rustica), cogumelos psilocibos, peiote (mescalina) e Morning Glory. Esta estátua foi descoberta em meados do século XVIII por europeus.
Os povos indígenas do México utilizavam as sementes da Morning Glory como um enteógeno e como um sacramento. A sua acção psicodélica produz alucinações visuais e auditivas, que podem ser comparadas ao LSD. O povo Zapotec de Oaxaca utilizava a Morning Glory como remédio sagrado e chamava a semente de 'badoh negro', devido à sua cor negra.
Em 1959, o etnobotânico Richard Schultes enviou amostras de uma Morning Glory cultivada no México para Albert Hofmann, o descobridor do LSD. Ele confirmou que a semente continha alcalóides que eram muito semelhantes aos encontrados no LSD. O Ergot (Claviceps purpurea), ou um fungo que cresce em grãos, é responsável por estes alcalóides do ergot. As sementes da Morning Glory contêm vários alcalóides da ergolina. Estas substâncias poderosas são responsáveis pelo efeito psicodélico. A substância mais importante, a ergina, também chamada amida de ácido d-lisérgico (LSA), está intimamente relacionada com o LSD. Na verdade, é um precursor do LSD. No entanto, os efeitos são muito mais suaves que o LSD, que é cerca de 50 a 100 vezes mais forte. Os efeitos são geralmente mais calmantes e menos estimulantes do que o LSD. As sementes contêm cerca de 0,1% de alcalóides do ergot.
Devido a estes efeitos psicodélicos, a Morning Glory ganhou popularidade entre os psiconautas nos EUA. Como alternativa ao LSD ilegal, surgiu um grande interesse na semente da Morning Glory, que se pode obter legalmente. Uma vez que não existem Smartshops para promover o uso seguro dos enteógenos, a semente é comprada através de centros de jardinagem. Para desencorajar a sua utilização, algumas empresas de jardinagem comercial começaram a revestir a semente com um veneno que não pode ser lavado. De acordo com a lei norte-americana, não há obrigação de chamar a atenção do comprador para o facto de a semente ter sido tratada com um veneno. Estas sementes venenosas são certamente perigosas em doses elevadas e podem causar várias complicações físicas, tais como diarreia grave, náuseas e vómitos, no pior dos casos problemas cardíacos.
A diferença entre a Morning Glory e a Hawaiian Baby Woodrose
Tal como a Morning Glory, a planta do Hawaiian Baby Woodrose (Argyreia nervosa) contém LSA. As duas plantas pertencem à família Convolvulacea. A Hawaiian Baby Woodrose tem uma história muito menos longa (conhecida) de uso medicinal e só se tornou conhecida nos anos 60, devido aos seus efeitos psicodélicos. Enquanto a Hawaiian Baby Woodrose tem o suficiente com cerca de 3 a 12 sementes, a Morning Glory usa significativamente mais, cerca de 50 a 400 sementes (dependendo da força desejada da viagem e do método de ingestão). A Hawaiian Baby Woodrose é menos propensa aos efeitos, pode demorar até duas horas antes de se começar a sentir qualquer coisa. A Morning Glory leva menos tempo. É claro que é importante manter um registo de quando comeu pela última vez. Em geral, uma viagem com a Hawaiian Baby Woodrose (seis a oito horas em média) leva menos tempo do que uma com a Morning Glory (até dez horas). É claro que isto depende fortemente da dosagem.
Uso da Morning Glory
Para alcançar uma poderosa experiência psicodélica é necessário consumir cerca de 100 a 400 sementes. As sementes podem ser moídas e transformadas em chá ou infusão, ou engolidas inteiras, onde é importante mastigar bem. Quando os alcalóides activos são extraídos é mais provável que efeitos secundários negativos, tais como náuseas, não ocorram. O método tradicional de preparação é moer a semente e depois mergulhá-la em água fria. Mergulhar durante cerca de trinta minutos e, depois de filtrar, as substâncias mais importantes deve acabar na água. Os primeiros efeitos perceptíveis ocorrem cerca de uma hora após a ingestão, dependendo da quantidade e do tempo em que se comeu pela última vez. Outro método utilizado para minimizar os efeitos secundários negativos é 'brotar' as sementes em água. Mudar a água todos os dias durante 3 a 4 dias. Depois disto, é necessário retirar o interior da semente da pele e comê-la. É importante mencionar que a eficácia é também um pouco reduzida desta forma e pode ser necessário utilizar mais sementes.
Uma viagem demora em média cerca de 6 horas, às quais se podem acrescentar mais algumas horas de efeitos secundários. Como mencionado anteriormente, os efeitos são semelhantes aos do LSD, mas mais suaves, geralmente menos enérgicos e menos eufóricos. Muitos utilizadores experimentam uma sensação de calma e pouca necessidade de fazer muito exercício. Enquanto que o LSD normalmente proporciona uma viagem muito clara com efeitos visuais muito claros e uma forte energia física e mental, uma viagem de LSA proporciona um efeito mais relaxado, introspectivo e pacífico. Muitas vezes, após a viagem, tem-se uma sensação mais duradoura de paz e tranquilidade e o sono que se segue é profundo e refrescante. Acontece também que ocorre uma certa "sensação de ressaca", isto é geralmente devido à náusea.
Advertência
Para além dos efeitos psicoactivos desejados, é também possível que ocorram vários efeitos secundários, incluindo náuseas. Embora nem sempre seja o caso, é possível que no início da viagem se tenham problemas de estômago e haja a possibilidade de náuseas e/ou vómitos. De acordo com vários psiconautas, comer uma refeição leve com algumas horas de antecedência pode ajudar a aliviar estes efeitos secundários. Tenha em mente que uma viagem com Morning Glory pode levar muito tempo, por isso é importante não ter quaisquer obrigações no próprio dia da viagem e é melhor dar a si próprio uma oportunidade de descansar no dia seguinte. As sementes de Morning Glory contêm várias substâncias que podem causar uma reacção negativa em pessoas com problemas hepáticos. As mulheres grávidas também não devem utilizar as sementes de Morning Glory.
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Friday, May 10, 2024
205 - Resiliência
Resiliência: o que é o que você precisa saber sobre suportar as adversidades

Resiliência é a capacidade de se adaptar em situações difíceis ou de fontes significativas de estresse.
Na prática, quer dizer que diante de uma adversidade, a pessoa utiliza sua força interior para se recuperar. Ela se abate e sofre como qualquer um, mas enxerga além dos problemas e, assim, consegue lidar com as situações de forma mais leve.
Ou seja, pessoas resilientes não são livres de problemas, elas apenas os superam sem desmoronar. Essa capacidade ajuda a preservar a saúde mental – e a melhor parte é que pode ser desenvolvida e melhorada. É uma questão de bem-estar.
O que é resiliência?
O significado original do termo resiliência vem da física e define o nível de resistência de um material e sua capacidade de retornar ao estado original sem danos ou ruptura após sofrer uma deformação elástica.
A psicologia pegou emprestada esta palavra e criou o termo resiliência psicológica (ou resiliência emocional).
O termo resiliência , dentro da psicologia, se refere à habilidade das pessoas responderem às frustrações e estresses diários, em todos os níveis, com superação e recuperação emocional.
Resiliência: significado
Veja o que diz Cladismari Zambon, psicóloga e especialista do Zenklub, sobre o significado de resiliência:
Quando falamos sobre ser resiliente, gosto de relembrar as palavras Viktor Frankl, psiquiatra austríaco que enquanto prisioneiro em um campo de concentração, escreveu o livro “Em busca de Sentido” contendo a máxima: “Quem tem um “porquê”, enfrenta qualquer “como””.
Embora estivesse vivendo em condições desumanas à época, o autor observou que outras pessoas na mesma situação enlouqueciam e se deixavam morrer, ao passo que outras sobreviviam e se mantinham ativas.
A esta capacidade de retomar a vida existente em um fio ele chamou de resiliência.
“Quando não conseguimos mais mudar uma situação, temos o desafio de mudar a nós mesmos.” (Viktor Frankl)
Resiliência: significado no ambiente de trabalho
A resiliência no ambiente corporativo refere-se à capacidade de uma empresa ou de seus colaboradores de lidar com desafios, adversidades, mudanças e situações de estresse de forma positiva e eficaz.
É a habilidade de se adaptar e se recuperar diante de obstáculos e crises, mantendo a produtividade e o bem-estar emocional.
Características da resiliência no ambiente corporativo incluem:
- Flexibilidade: a capacidade de se adaptar rapidamente a mudanças e aprender com novas situações;
- Persistência: a habilidade de continuar enfrentando desafios e buscando soluções mesmo diante de obstáculos;
- Autoconfiança: acreditar nas próprias habilidades e competências para superar dificuldades;
- Inteligência emocional: saber lidar com as emoções de forma equilibrada, tanto nos momentos de sucesso quanto nos momentos difíceis;
- Trabalho em equipe: colaborar com os colegas, apoiando-se mutuamente para enfrentar problemas e alcançar objetivos;
- Proatividade: agir de forma preventiva e antecipar possíveis problemas.
A resiliência é uma qualidade valiosa no ambiente corporativo, pois permite que a empresa e seus colaboradores enfrentem os desafios do mundo dos negócios de forma mais eficaz e prezando pela segurança emocional e psicológica nas instituições.
Além disso, uma cultura corporativa que valoriza a resiliência pode criar um ambiente mais saudável e motivador para todos os envolvidos.
Desenvolvimento de um projeto pessoal de vida
Para o autor, o sucesso e a felicidade são o resultado da dedicação pessoal a uma causa maior.
O que Frankl quer nos dizer é que precisamos desenvolver projetos que tragam um sentido à nossa existência, pois isso nos torna pessoas mais resilientes frente às adversidades da vida.
Quando temos um projeto maior para nos apoiar, passamos a entender que os problemas são apenas obstáculos a serem superados, são experiências negativas e o que se persegue é algo muito maior.
Então, simplesmente faça algo por você, algo importante, por mais simples que possa parecer.
Capacidade de compreender nossas emoções
Parece fácil, mas não é. Vivemos usualmente sem entrar em contato com as nossas emoções e isso pode nos confundir bastante. Estar atento aos nossos sentimentos é uma das maneiras mais simples de desenvolver nossa capacidade de enfrentamento emocional.
Então, quando você entra em contato com as suas emoções, você se torna mais ágil na busca por aquilo que realmente te faz bem, como também ajuda a evitar as famosas “ciladas”.
Quais as características de uma pessoa resiliente?
Pessoas resilientes são fáceis de reconhecer porque elas sabem utilizar seus pontos fortes para enfrentar os mais variados problemas. Elas não apenas se recuperam, mas também progridem. Algumas características são bem comuns nas pessoas com uma boa taxa de resiliência.
- Capacidade de lidar com problemas;
- Superam obstáculos;
- Enfrentam situações de adversidade;
- Encontram equilíbrio em si mesmas nos momentos de estresse;
- Têm uma visão positiva de si mesmas e de suas habilidades;
- Possuem a capacidade de fazer planos realistas e cumpri-los;
- Têm poder de controle interior;
- Se comunicam bem;
- Se enxergam como lutadoras em vez de vítimas;
- São dotadas de alta inteligência emocional e gerenciam emoções de forma eficaz.
Por que a resiliência é tão importante?
A resiliência é um mecanismo de proteção que dá a força necessária para a recuperação física e emocional após um evento adverso. Ou seja, minimiza o risco de desenvolver doenças mentais e de se sentir desamparado e oprimido.
Aqueles que não têm resiliência ficam facilmente sobrecarregados e podem recorrer a mecanismos de enfrentamento prejudiciais, como álcool e drogas. Outro benefício é a prevenção de doenças psicossomáticas. Em resumo, pessoas resilientes usam as emoções proativamente a seu favor, de maneira saudável e positiva.
Como saber se sou resiliente?
Em primeiro lugar, a resiliência não é estática. Você pode desenvolvê-la ou mesmo reduzi-la, conforme a maneira com que reage aos fatos da vida. É preciso fazer autoavaliações e trabalhar os aspectos que estão precisando de atenção. Em geral, os pontos mais comuns entre as pessoas resilientes são:
- Autoconsciência é fundamental conhecer seus pontos fortes e fracos e desenvolver estratégias que recrutam seus recursos internos quando necessário;
- Apoio social é um erro pensar que resiliência é não depender de ninguém. Pelo contrário, também inclui saber reconhecer quando é necessário confiar e pedir ajuda;
- Locus de controle interno é acreditar que muitas coisas só dependem de você para darem certo;
- Autoestima é a capacidade de reconhecer e apreciar as próprias qualidades para usá-las nas situações adversas;
- Otimismo mesmo durante a tempestade, acredite que o sol voltará a brilhar uma hora ou outra;
- Habilidade de resolução de problemas é um arsenal de conhecimentos e estratégias para solucionar desafios e superar obstáculos;
- Autorregulação emocional crie técnicas de redução do estresse e da ansiedade;
- Autocuidado é essencial para preservar a saúde mental, emocional e física. Deve ser uma prioridade.
Quais os fatores que contribuem para a resiliência?
Alguns já nascem com potencial de resiliência alto, em função de traços de personalidade que são favoráveis, como autoestima, comunicação e inteligência emocional. O apoio familiar também é um fator que promove o desenvolvimento da resiliência desde a infância, assim como os bons relacionamentos interpessoais.
A capacidade de aprender e internalizar novas habilidades também é um facilitador. Mas a perseverança e a adaptabilidade ajudam as pessoas a aprimorarem sua resiliência, ajustando pensamentos e comportamentos para se tornarem mentalmente mais fortes.
Faça o teste de inteligência emocional e descubra como você domina suas emoções.
Resiliência e saúde emocional
Resiliência vai muito além da ideia de “sorrir e aguentar”. É um processo de reformulação de padrões de pensamentos e atitudes para a preservação do equilíbrio não apenas emocional, mas também físico e mental.
A resiliência é um fator protetor contra o sofrimento psíquico e a evolução do estresse e da ansiedade para níveis patológicos. Resiliência é saúde e qualidade de vida!
Como ter mais resiliência
A resiliência vem de dentro para fora. Não tem como simular ou absorver essa habilidade, ela é desenvolvida e deve ser sempre praticada. Por isso, a autoconsciência é o primeiro aspecto a ser trabalhado. É ela que contém o inventário das ferramentas que você tem disponíveis para enfrentar os desafios da vida.
Conheça seus pontos fortes e fracos para saber seu ponto de partida.
- Não evite, enfrente. É assim que superamos obstáculos, solucionamos problemas e os deixamos no passado. Saia da mentalidade passiva e adote a proativa;
- Seja capaz de se autorregular. Assim, você consegue manter o foco em momentos de estresse para agir da melhor forma. Isso é possível com exercícios de respiração, mindfulness, meditação, imagens guiadas e o que mais funcionar para você;
- Pratique o otimismo. Pessoas otimistas não perdem a esperança e tendem a se sentirem no controle dos seus resultados. Concentre-se no que é possível fazer naquele momento e identifique as formas positivas de agir;
- Valorize seus contatos importantes e busque novas conexões. Familiares, amigos e colegas são fonte de apoio essencial;
- Autoestima e autoconfiança são pilares para a ação. Você se reconhece como capaz e se motiva para enfrentar os problemas sem se abater.
Resiliência no amor
E nos relacionamentos amorosos, como aplicar a resiliência? Se você emprega resiliência na sua vida, não vai ser difícil encontrar espaço para usar com o seu parceiro ou parceira. O importante é partir da ideia de que ainda que vocês formem um casal, são pessoas diferentes, com criações, vivências e pensamentos distintos.
Não existe receita de bolo, mas como toda boa regra para superar conflitos amorosos, você irá encontrar traços de resiliência dentro da paciência, empatia e compreensão do outro.
Os 7 Cs da resiliência: competência, confiança, conexão, caráter, contribuição, combate e controle
O modelo dos 7 Cs da resiliência foi desenvolvido pelo pediatra Ken Ginsberg para ajudar crianças e adolescentes na construção de resiliência, tornando-os mais felizes e resistentes. Ainda que tenha sido desenvolvido para jovens, o modelo é útil para todos.
- Competência a capacidade de saber lidar com as situações de forma eficaz;
- Confiança nas habilidades é uma premissa para lidar com a vida;
- Conexão com familiares e amigos traz a sensação de segurança e pertencimento;
- Caráter resultante da noção de certo e errado permite desenvolver a autoestima, fazer escolhas responsáveis e contribuir para a sociedade;
- Contribuição ter o propósito de contribuir para o bem comum é um motivador que reforça relacionamentos recíprocos benéficos;
- Combate aprender a gerenciar o estresse permite enfrentar os contratempos com mais serenidade e eficácia;
- Controle saber utilizar o controle interno diferencia os solucionadores de problemas das vítimas.
10 dicas para construir a sua resiliência dia após dia
- Fortaleça sua capacidade de solucionar problemas;
- Cultive uma forte rede de apoio com pessoas em que você confia;
- Trabalhe sua proatividade e automotivação;
- Pratique o autocuidado;
- Cultive uma autoimagem positiva e acredite em suas habilidades;
- Estabeleça metas realistas e executáveis;
- Analise as coisas em perspectiva, considerando diferentes pontos de vista e possibilidades;
- Abrace a mudança como parte da vida;
- Encontre um propósito;
- Pratique o otimismo.
Conclusão
Resiliência é hoje uma capacidade essencial para a própria preservação. Além disso, tem forte participação na percepção de felicidade, bem-estar e qualidade de vida. Quanto mais resiliente for uma pessoa, menos sofrimento ela vai acumular e verá com mais facilidade as oportunidades que a vida oferece.
Ser resiliente também inclui aprender com as experiências anteriores e desenvolver novas estratégias de enfrentamento no futuro. Não importa a idade: resiliência é essencial.
Assim, como vimos, é fundamental incluir uma cultura que valorize a resiliência para criar um ambiente mais saudável e motivador na organização. Têm interesse em criar essa cultura? Confira como promover resultados sólidos e bem-estar emocional com o Zenklub para empresas.
Tuesday, May 7, 2024
Wednesday, April 10, 2024
202 - rekhet ou Filosofia do Egito
Sem dúvida, as investigações do nosso grupo de pesquisa têm motivado muitas objeções. Os estudos que realizamos sobre filosofia africana não são inéditos; mas o aumento da circulação de material acadêmico no Brasil que problematiza o nascimento da filosofia na Grécia, trazendo à luz fontes africanas mais antigas que as ocidentais, tem sido motivo de críticas variadas. Objeções que alegam: “filosofia” é um termo grego; outras insistem que só na Grécia Antiga o pensamento ganhou tom laico. Ou ainda, perguntam por que deveríamos “impor” o registro filosófico a outras formas de pensamento de povos da antiguidade fora do mundo helênico. Em resumo, tais questões têm sido acompanhadas de argumentos diversos que dizem algo como: a filosofia nasceu na Grécia, desenvolveu-se dentro da ambiência territorial europeia como uma aventura ocidental do pensamento humano. Não cabe destrinchar cada uma das objeções, tampouco teríamos condições de apresentar o vasto elenco de tréplicas em favor da produção filosófica africana desde George James com Legado roubado, passando por Cheikh Diop, Theóphile Obenga, Molefi Asante, até A filosofia antes dos gregos, de José Nunes Carreira. Todos os autores advogam uma hipótese comum: a filosofia não nasceu grega. A abordagem que defendemos denuncia uma grave confusão. A questão não é onde nasceu a filosofia. Com base em fontes históricas diversas, os textos egípcios são documentos africanos mais antigos do que os escritos gregos, que são referências da cultura ocidental. Alguns expoentes da egiptologia, seja Jean-François Champollion (1790-1832), Cheikh Anta Diop (1923-1986), Theóphile Obenga (1936-) ou Jan Assmann (1938-) concordam que os textos egípcios são mais antigos do que os gregos. A polêmica está no caráter filosófico dos escritos egípcios. Nós estamos de acordo com Diop e Obenga – o material egípcio é filosófico.
A filosofia de Ptahhotep
Em A filosofia antes dos gregos, Carreira menciona o Egito como uma região rica em produção filosófica. Ptahhotep foi alto funcionário do Faraó Isesi da 5ª Dinastia do Reino Antigo e sua função era chamada de rekhet, traduzida por Obenga como “filosofia”. Identificamos nos ensinamentos de Ptahhotep recomendações para o debate, sugerindo uma conduta adequada numa contenda. Ptahhotep diz que em relação ao contendor podem existir três tipos de pessoas. 1ª) As que têm uma balança mais precisa, “superiores”; 2ª) As que têm balança tão precisa quanto a nossa, “iguais”; 3ª) As que têm balança menos precisa, “inferiores”. O filósofo não menciona diretamente a deusa Maat; mas ela aparece de modo indireto à medida que a balança é um dos seus principais símbolos. “Maat” circunscreve várias ideias: “harmonia”, “verdade”, “ordem”. A sua balança é o instrumento que mede a palavra. O que está em jogo na contenda é o uso adequado da balança para mensurar a verdade. Por isso, a arte da rekhet é inconclusa; sempre podemos encontrar um contendor com balança mais precisa. Os limites da rekhet “não podem ser alcançados, e a destreza de nenhum artista é perfeita”. (Veja o texto “Ensinamentos de Ptahhotep”, publicado no livro Escrito para a eternidade: a literatura no Egito faraônico, de Emanuel Araujo. Brasília/São Paulo, 2000.) Nossa defesa está a favor da atitude filosófica de não recusar uma tese sem o seu devido exame; por isso, a recomendação de ler Ptahhotep.
A certidão de nascimento da filosofia
Propor uma agenda de leitura dos textos africanos antigos não sinaliza um interesse em substituir a Grécia pelo Egito, fazendo da cultura africana o paradigma civilizatório na antiguidade. Pelo contrário, o esforço por definir um “marco zero” para a filosofia vale-se de uma interpretação entre outras – o que não pode ser um tabu dogmático. A título de analogia, o filósofo inglês Michael Hardt interpela a filosofia de Hegel por meio de Nietzsche, e nos diz que “a dialética é um falso problema”(Em Gilles Deleuze: um aprendizado filosófico, na tradução de Sueli Cavendish. São Paulo, 1996). Algumas abordagens filosóficas usam o modelo dialético como indispensável para a filosofia da história, enquanto outras a recusam plenamente. Do mesmo modo, defendemos que o nascimento da filosofia é um falso problema. Não se trata de afirmar que a filosofia nasceu no Egito e substituir Tales de Mileto ou Platão por Ptahhotep. Não pedimos a retirada da “certidão grega da filosofia” dos manuais, mas sim que ela não venha sozinha, sem o registro de que existem posições a favor do nascimento africano. Os manuais de filosofia precisam incluir versões diversas sobre suas origens, reconhecendo a legitimidade de todas, assim como não ignoramos perspectivas diferentes em várias questões filosóficas. É perigoso e reducionista para uma boa formação filosófica limitar toda a filosofia a poucas tradições. Com efeito, o problema não seria estritamente teórico, mas político (e obviamente filosófico). O projeto de dominação do Ocidente tem um aspecto epistemológico que pretende calar qualquer filosofia que tenha sotaques diferentes. Afinal, a filosofia foi “eleita” como suprassumo da cultura ocidental.
Renato Noguera é doutor em Filosofia pela UFRJ, professor da UFRJ e coordenador do grupo de pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Interseções.
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