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O saci-pererê
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O saci, também conhecido como saci-pererê, saci-cererê, matimpererê[1], matita perê, saci-saçurá e saci-trique[2][3], é um personagem bastante conhecido do folclore brasileiro. Tem sua origem presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país, de onde teria se espalhado por todo o território brasileiro.
A figura do saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou como gracioso, conforme as versões comuns ao sul.[4]
Etimologia
"Saci" é oriundo do termo tupi sa'si[5]. "Matimpererê" é oriundo do termo tupi matintape're[6]. O termo "pererê" é oriundo do termo tupi pererek-a, que significa "ir aos saltos"[7].
Representação
O saci é um negro jovem de uma perna só, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos. Sobre este último caractere, é de notar-se que, já na mitologia romana, registrava Petrônio, no Satíricon, cujo píleo também conferia poderes ao íncubo e recompensas a quem o capturasse.[4]
Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas.[4] Lhe é atribuída também a capacidade de ser carregado por redemoinhos.[8]
O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX.[4]
Influências históricas
Indígena
As entidades protetoras da floresta Jaci Jaterê da cosmololgia guarani e o Kambaí da cosmologia caingangue são possíveis influências na concepção do Saci.[9]
Africana
Uma lenda iorubá descreve Aroni, um gnomo de uma perna só que ensina a Oçânhim sobre o uso de ervas medicinais[10] pode ter influenciado a concepção do Saci.[11] Outros relatam Oçânhim e Anoni como a mesma entidade.[11][12]
Portuguesa
Da mitologia portuguesa, o saci herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo.[13] Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.[14]
De Portugal para o Brasil veio a crença da explicação sobrenatural sobre redemoinhos, de que seriam guiados por uma "coisa ruim" e que poderiam arremessar pessoas.[4] Foi documentada essa crença no Brasil, paralelamente a crença da ligação entre o Saci e redemoinhos.[8]
Literatura
O primeiro escritor a se voltar para a figura do saci-pererê foi Monteiro Lobato, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de S. Paulo. Com o título de "Mitologia Brasílica – Inquérito sobre o Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a publicação, no ano seguinte, da obra O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.[15].
Mais tarde, em 1921, o autor voltaria a recorrer ao personagem, no livro O Saci, seu segundo trabalho dedicado à literatura infantil.
Histórias em quadrinhos
O quadrinista Ziraldo criou em 1958 a série de hisórias em quadrinhos A Turma do Pererê, em que o Saci contracena com o índio Tininim, a onça-pintada Galileu e outros personagens. As histórias foram originalmente publicadas na revista O Cruzeiro[16].
Saci aparece em várias histórias da Turma da Mônica de Mauricio de Sousa e em histórias brasileira dos quadrinhos Disney.[17]
Saci aparece no mangá Akuma-kun (1963–1964) de Shigeru Mizuki.[18]
Cinema e Televisão
O primeiro ator a representar o papel foi Paulo Matozinho, no filme O Saci, adaptado do livro infantil de Lobato. A produção de 1951 da Brasiliense Filmes foi dirigida por Rodolfo Nanni[19].
Na televisão, as séries que adaptaram a obra de Monteiro Lobato em 1977 e 2007 tiveram Romeu Evaristo e Fabrício Boliveira, respectivamente, interpretando o personagem. O cantor Jorge Benjor também encarnou o saci no especial Pirlimpimpim, de 1982. Em Pirlimpimpim 2, de 1984, foi a vez de Genivaldo dos Santos vestir a carapuça[20].
Na adaptação para a tevê das histórias de Ziraldo, o papel de Pererê coube a Silvio Guindane.[21]
Música
Em 1912, o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos escreveu a marcha "Saci", quinta parte da sua suíte para piano "Petizada" (W048). A composição, assim como as outras da mesma peça, é inspirada no folclore musical brasileiro[22].
Francisco Mignone também deu o nome de "Saci" à sexta parte dos seus "Estudos Transcendentais" para piano, de 1931. [23]
O maestro Edmundo Villani-Cortes voltou a lhe dar vida em obras como "Primeira folha do diário do saci" (para piano, 1994)[24], "Terceira folha do diário de um saci" (para flauta, 1992)[25] e "Sétima folha do diário de um saci" (para contrabaixo, 1992) [26].
"Retrato do Saci-pererê" (2007) por J. Marconi
Na música popular, a primeira referência ao personagem data de 1909, ano da composição de "Saci-Pererê", de Chiquinha Gonzaga, gravada pela dupla Os Geraldos. Em 1913, foi a vez de "Saci", uma polca de J.B. Nascimento gravada pelo Sexteto da Casa. Gastão Formenti também gravou duas músicas intituladas "Saci-Pererê": uma toada de Joubert de Carvalho, em 1918 e uma canção de J. Aimberê e Bide, em 1929.
Nas décadas seguintes, outros artistas recorreram ao tema, como Arnaldo Pescuma ("Teu olhar é um Saci", de Cipó Jurandi e Décio Abramo, 1930; Conjunto Tupy ("Saci-Pererê", de J.B. Carvalho, 1932; Mário Genari Filho (a polca "Saci-Pererê", 1948); Zé Pagão & Nhô Rosa ("Saci-Pererê", de Ivani, 1949); Inhana ("Saci", baião de Antônio Bruno e Ernesto Ianhaen, 1956);
Em 1974, para acompanhar a série televisiva "Sítio do Picapau Amarelo", Guto Graça Mello compôs e gravou "Saci". No especial "Pirlimpimpim" (1982), a canção para o personagem ficou por conta de Jorge Benjor ("Saci Pererê". A terceira versão do Sítio para a tevê incluiu, na sua trilha, "Pererê Peralta (saci)", de Carlinhos Brown (2001) e "Eu vi o Saci", de Marcos Sacramento e Izak Dahora (2006).
Na música instrumental, as principais referências são o violonista Carlinhos Antunes ("Saci-Pererê", 1996), a banda Terreno Baldio (Saci-Pererê, 1977), Guilherme Lamounier ("Saci-Pererê", 1978) e o Quarteto Pererê ("Polka do Sacy" e "Liberdade Pererê", ambas no álbum "Balaio", 2010) [27]. O Quarteto Pererê já havia apresentado, em 2005, o espetáculo Saci Armorial, em que fundia a lenda com o universo literário do escritor pernambucano Ariano Suassuna [28].
Jogos
No RPG O Desafio dos Bandeirantes, o saci é uma das figuras mitológicas que podem desafiar os jogadores.[29]
Uso do nome nas ciências
"Saci evita entrar na água", de Renato Bender.
Em 2013, uma nova espécie de anfíbio anuro (Adenomera saci[30]) foi descrita do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás. O nome dado à espécie faz alusão à vocalização da espécie, que é um assobio curto e intermitente, e pela dificuldade de se observar indivíduos da espécie cantando, que podem ser elusivos, como atribuído ao saci na cultura popular: "...ele assobia para assustar e confundir os viajantes noturnos, a origem dos assobios impossível de ser localizada...".
Em 2001, uma nova espécie de dinossauro ornitísquio foi descoberta em Agudo, no Rio Grande do Sul. Como o fóssil foi encontrado sem o fêmur esquerdo, recebeu o nome de Sacisaurus agudoensis[31]
Saci Last Common Ancestor Hypothesis ("hipótese do saci como último ancestral comum") foi um termo utilizado em uma discussão primatológica para explicar por que animais da família Hominidae não sabem nadar de forma instintiva. Esta hipótese faz uma referência à mitologia do Saci Pererê como uma criatura que evita entrar na água.[32][33]
Em 1997, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desenvolveu um microssatélite para lançamento no foguete chinês Longa Marcha 4. Ele recebeu o nome de Satélite de Aplicações Científicas e o acrônimo SACI-1. A experiência, porém, fracassou, pois o satélite, mesmo entrando em órbita, não funcionou. Seu sucessor, o SACI-2, deveria ter sido lançado em 1998, mas o foguete VLS-2 explodiu no lançamento[34][35].
Dia do Saci
Em 2005, foi instituído o Dia do Saci no Estado de São Paulo, a data também é celebrado em Vitória (Espírito Santo); Poços de Caldas e Uberaba (Minas Gerais); Fortaleza e Independência (Ceará) comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição a influências folclóricas estrangeiras, como o Dia das Bruxas.[36][37]
Uso no esporte
O Saci é mascote dos clubes: Sport Club Internacional[38] e Social Futebol Clube.[39]
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https://mundoeducacao.uol.com.br/folclore/saci-perere.htm
O saci-pererê é um ser mítico que faz parte do folclore brasileiro, sendo uma das lendas mais conhecidas do nosso folclore. Essa lenda fala desse ser como um menino travesso que realiza inúmeras brincadeiras contra as pessoas por onde passa. Essa lenda, provavelmente, surgiu no final do século XVIII e foi popularizada por meio da obra literária de Monteiro Lobato.
Acesse também: Curupira: outro grande representante de nosso folclore
Lenda do saci-pererê
A lenda do saci é muito conhecida em todo o Brasil e existem diferentes versões dela. De toda forma, nesta parte do texto, conheceremos um pouco da lenda na sua versão mais popularizada no Brasil e veremos algumas variações dela em outros países.
Saci-pererê no Brasil
Tendo em vista as características físicas mais conhecidas, o saci possui pequena estatura (geralmente, meio metro de altura), é negro, não possui cabelo e nenhum tipo de pelo no corpo. Além disso, usa um gorro vermelho e fuma com frequência no seu cachimbo. Outra característica marcante é o fato de que ele possui apenas uma perna e, por isso, locomove-se saltitando. Além disso, não é um ser único, podendo existir vários sacis.
Como mencionado, a lenda do saci pode sofrer grandes variações dependendo da região do Brasil, sendo assim, algumas dessas versões mencionam que o saci pode alcançar até três metros de altura e pode ter olhos vermelhos.
O saci é um ser muito agitado e, por isso, está frequentemente realizando alguma molecagem nos locais em que passa. Ele é bastante conhecido pelas brincadeiras que realiza com as pessoas. Essas brincadeiras podem ser coisas simples, como o desaparecimento de objetos, mas também podem levar a consequências ruins, como danificar o freio de carroças. Por isso, para muitos, ele é um ser maléfico.
O saci gosta de amedrontar os cavalos e, quando a noite baixa, costuma colocá-los em pânico. Também gosta de sugar o sangue dos cavalos. Assim, quando as pessoas viam que os cavalos estavam agitados, logo sabiam que ali tinha um saci aprontando das suas. Uma marca deixada pelo saci nos cavalos era um nó ou trança na crina do cavalo.
O saci também gosta de importunar viajantes em estradas e gosta de assoviar um som estridente e contínuo para incomodar as pessoas. Aqueles que ouvem o assovio do saci ficam desorientados porque não conseguem localizar de onde vem o som e quem o está emitindo. O saci também danifica as carroças usadas pelos viajantes, derruba o chapéu das pessoas etc.
Alguns acontecimentos são sinais claros que denunciam a presença do saci. Ele gosta de apagar o fogo de fogueiras, apagar lamparinas, espantar o gado, queimar e azedar comidas, tirar as coisas do lugar e desaparecer permanentemente com objetos da casa. Quando ocorre um redemoinho, o saci sempre está presente nele para levantar a poeira e sujar as casas.
Conta a lenda que o saci vive até os 77 anos de idade e, então, transforma-se em um cogumelo venenoso, embora outras versões falam que ele se transforma em um cogumelo chamado orelha-de-pau.
Saci-pererê em outros países
A lenda do saci, segundo apontam os especialistas em folclore, também é encontrada nos países vizinhos do Brasil. No Paraguai, Argentina e Uruguai, ela é conhecida como yasi-yateré, e os especialistas acreditam que a lenda do saci derivou desta, mas se modificou radicalmente por conta das influências da cultura africana e europeia na versão brasileira.
O yasi-yateré, assim como o saci, é um ser de pequena estatura, possui cabelos loiros e anda com um bastão de ouro, que funciona como varinha mágica e tem como função deixar o yasi invisível. Ele também gosta de atrair crianças com brincadeiras e pode fazer alguma maldade com elas, como roubá-las, deixá-las loucas, surdas (isso varia de acordo com a versão) etc.
Esse ser possui as duas pernas e, na versão argentina, gosta de raptar moças solteiras para, em seguida, engravidá-las. As crianças que nascem dessa relação acabam tendo ataques epilépticos quando o rapto de sua mãe completa aniversário. Além disso, de acordo com a lenda, aquele que conseguir tomar o bastão do yasi faz com que ele perca seus poderes mágicos.
Acesse também: 22 de agosto – Dia do Folclore
Quem criou a lenda do saci-pererê?
Os estudiosos não sabem que foi o autor dessa história, e podemos dizer que é impossível obter esse tipo de informação. De toda forma, estudos realizados pelos folcloristas conseguiram identificar que a lenda do saci surgiu na Região Sul do Brasil, no final do século XVIII, na região habitada pelos índios guaranis.
Essa lenda era conhecida entre os índios guarani como Çaa cy perereg, sendo que Çaa Cy significa “olho mau” e pérérég significa “saltitante”. À medida que a lenda do saci foi espalhando-se pelo território brasileiro, ela foi incorporando elementos originários de outras culturas. Além da cultura indígena, a lenda foi fortemente influenciada pela cultura europeia e africana, como citamos.
Da cultura portuguesa, algumas referências podem ser extraídas, como o trasgo e o pesadelo, dois seres míticos maléficos que fazem parte do folclore português. O gorro vermelho do saci, inclusive, pode ter vindo de um desses dois. Algumas versões do saci apresentam-no com a mão furada, sendo essa uma característica extraída do “pesadelo”.
Já o ato de fumar está relacionado com a cultura indígena, mas também era uma influência da cultura africana. A influência africana, por sua vez, está no fato que o saci havia perdido sua perna durante uma luta de capoeira.
Saci e o Sítio do Picapau Amarelo
A lenda do saci-pererê ficou nacionalmente famosa por conta da influência de um escritor chamado Monteiro Lobato, que criou o Sítio do Picapau Amarelo, obra literária infantil que fez bastante sucesso e que incluiu histórias sobre o saci-pererê. Monteiro Lobato era um escritor pré-modernista e seu entusiasmo pela valorização dos elementos nacionais despertou seu interesse pelo folclore brasileiro.
Por essa razão, ele publicou um inquérito no jornal O Estado de São Paulo no qual convidava os leitores a enviarem o que as pessoas tinham ouvido falar sobre o saci-pererê. Monteiro Lobato recebeu inúmeras respostas, sobretudo, vindas de São Paulo e Minas Gerais, e por meio delas organizou a lenda em um livro.
Esse livro foi nomeado como Sacy-Pererê: resultado de um inquérito e foi publicado em 1918 com tiragem de dois mil volumes. Três anos depois, Monteiro Lobato adaptou a lenda do saci para o público infantil e inseriu-o no Sítio do Picapau Amarelo, uma das obras literárias infantis mais conhecidas do Brasil.
Leia também: Euclides da Cunha: um dos escritores pré-modernistas mais conhecidos do Brasil
Dia do Saci
Existe atualmente em nosso país uma data comemorativa em homenagem ao saci-pererê. Essa data é comemorada em 31 de outubro e foi criada em 2003, por meio do projeto de lei federal nº 2.479, de 2003. A proposta de lei visava a promover o resgate das figuras do nosso folclore e reduzir um pouco da influência da cultura estrangeira, uma vez que o dia 31 de outubro é mundialmente conhecido como o “Dia das Bruxas”, ou Halloween.
https://mundoeducacao.uol.com.br/folclore/saci-perere.htm
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http://intervox.nce.ufrj.br/~claraluz/lendas/saci.htm
Certamente, o saci Pererê é um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro. Sua história original, contada pelos índios, apresentava-o como um caboclo de uma perna só que fumava cachimbo e fazia folia na floresta.
Com a vinda dos escravos para o Brasil e o contato deles com os índios, o saci aparece em uma versão negra, isto é, como um negro. Sua carapuça vermelha é herança do barrete frígio, tipo de gorro muito comum entre os antigos camponeses portugueses e de outros países europeus.
Desta forma, estão presentes no saci as características dos três povos que deram origem ao povo brasileiro: os índios, os negros e os europeus.
O mito do saci é mais comum no sul e no sudeste, mas ele aparece em todas as regiões brasileiras desde que ache necessário, ou esteja com vontade de fazer travessuras.
Quem quiser favores do saci dê-lhe fumo e não maltrate plantas nem animais.
Por ser considerado uma divindade indígena, tem o controle, a sabedoria e manuseios de tudo que está relacionado as plantas Medicinais, como Guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chás,concentrados e outros medicamentos feitos a partir de plantas. Como suas qualidades são as da Farmacopéia , também é atribuído a ele o domínio das matas onde guarda estas ervas sagradas, e costuma confundir as pessoas que não pedem a ele a autorização para a coleta destas ervas.
Dizem que ele guarda em sua carapuça mais da metade dos seus poderes, por isso tem sempre muito cuidado para que não a roubem. Também atende pelo nome de saci pererê, ou simplesmente pererê. Quando se trata de um saci sofisticado, é chamado pela alcunha de "Matinta Pereira" ou "Matinta Perê".
O saci é um dos "encantados" que não pode passar pela água nem nela entrar, seja esta água do rio ou do mar, porque perde todos, todos os seus poderes, mesmo que esteja de carapuça.
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https://www.infoescola.com/folclore/a-lenda-do-saci-perere/
Representado atualmente pela figura de um menino negro de uma só perna que possui um gorro vermelho na cabeça e traz sempre um cachimbo na boca. De Norte a Sul do Brasil, além do nome, são várias também as definições e representações atuais que se tem dele. No nordeste, de uma forma geral ele segue a representação antes descrita que é a mais conhecida atualmente e a mais popular.
No Sul e Sudeste há algumas variações. No Rio Grande do Sul, por exemplo, ele é retratado como um menino negro perneta de gorro vermelho que se diverte atormentando a vida dos caminhoneiros e aventureiros que gostam de viajar. Deixando-os areados ele os faz perder o destino. Ranços culturais europeus podem ter influenciado o Saci em Minas Gerais onde ganhou acessórios como: “um bastão, laço ou cinto, que usa como a "vara de condão" das fadas européias” (site: . Já em São Paulo, apesar de manter essas mesmas características básicas ele possui um boné em lugar do gorro.
De onde vem o (s) Saci (s)?
Segundo a crença popular os Sacis vivem setenta e sete anos e se originam do bambu. Após sete anos de “gestação” dentro do gomo do bambu ele sai para uma longa vida de travessuras e quando morre se metamorfoseia em cogumelos venenosos ou em “orelhas de pau”. Quem é do interior ou já foi ao campo a passeio deve ter visto alguma vez, uma espécie de cogumelo que se forma nos troncos das árvores e que se parece com uma orelha. É isso que os matutos chamam de “orelha de pau”.
As principais características
Apesar das inúmeras definições dessa famosa entidade folclórica algumas características são mais presentes e recorrentes nas descrições do Saci. Sabe-se que em geral:
- é um ser que vive nas matas;
- é extremamente misterioso;
- é negro, pequeno e possui apenas uma perna;
- usa um capuz vermelho e um cachimbo;
- não possui pêlos no corpo;
- não possui órgãos para urinar ou defecar;
- só tem três dedos em cada mão;
- possui as mãos perfuradas;
- adora assoviar e ficar invisível;
- vive com os joelhos machucados, resultado das travessuras;
- tem o domínio dos insetos que atormentam o homem: mosquitos, pernilongos, pulgas, etc.;
- fuma em um pito e solta fumaça pelos olhos;
- adora fazer travessuras;
- pode, em momentos de bom humor ajudar a encontrar coisas perdidas;
- gira em torno de si feito um pião e provoca redemoinhos;
- pode ser malvado e perigoso;
- adora encantar as criancinhas faze-las perder-se na mata;
Saci: malvado ou apenas peralta?
Entre todas essas características uma é unânime: sua personalidade travessa. Algumas pessoas acreditam que ele é mau outros dizem que ele é apenas um garoto traquino que adora fazer pequenas travessuras, mas sem o intuito de fazer o mal, apenas de se divertir. Seja como for diz a lenda que ele é muito peralta. Adora assustar os animais, prendê-los, criar situações embaraçosas para as pessoas, esconder objetos, derrubar e quebrar as coisas, entre outras danações.
Diz a lenda que ele não é apenas um brincalhão ou um espírito mau. Tratar-se-ia de um exímio conhecedor das propriedades medicinais das ervas e raízes da floresta. Se alguém precisa entrar na mata e pegar algo, portanto, tem que pedir autorização do Saci, pois entrando sem permissão cairá inevitavelmente em suas armadilhas.
Como escapar do Saci?
Algumas pessoas afirmam que o único meio de driblar o negrinho é espalhando cordas ou barbantes amarrados pelo caminho. Assim ele se ocuparia em desatar os nós, dando tempo da pessoa fugir de sua perseguição. O Saci também tem medo de córregos e riachos, por isso, atravessar um pode ser uma alternativa, pois o Saci não consegue fazer a travessia.
Mas o único meio de controlar um Saci, segundo o mito, é tirando-lhe o gorro e prendendo-o em uma garrafa. Para isso é necessário jogar uma peneira ou um rosário bento em um redemoinho. Só dessa forma se pega um Saci. Uma vez preso e sem o gorro que lhe dá poderes ele fará tudo que for mandado.
As origens
Diante de todas essas informações fica a pergunta: onde teria nascido a lenda do Saci? Os estudos sobre o folclore brasileiro apontam a origem indígena quando falam da lenda do Saci. Esse mito teria surgido na região Sul do Brasil durante o período colonial, por vota do final do século XVIII, por ocasião das Missões.
A alcunha pela qual o Saci é mais popularmente conhecido é Saci-Pererê, mas seu nome originalmente era Yaci-Yaterê de origem Tupi Guarani. De acordo com a região do Brasil ele pode, porém, ser conhecido por uma variedade de apelidos.
O dicionário Aurélio traz as seguintes variações de nomes do Saci: “Saci-cererê, Saci-pererê, Matimpererê, Martim-pererê” (AURÉLIO, 2005). Além dessas denominações Martos e Aguiar (2001, p. 75) apontam ainda: “saci-saçura, saci-sarerê, saci-siriri, saci-tapererê ou saci-trique”. Por ser considerado por alguns um perito na arte da transformação em aves, o negrinho travesso recebe ainda nomes de passarinhos nos quais se transforma, como por exemplo: matitaperê, matintapereira, sem-fim, entre outros (ibidem, p. 75). Na região às margens do Rio São Francisco ele é conhecido pela alcunha de Romão ou Romãozinho.
A metamorfose do Saci
Quando surgiu, o saci foi representado por um curumim2 endiabrado, de uma perna só e de rabo. Suas traquinagens tinham como objetivo atrapalhar a entrada dos intrusos na mata, ou seja, no território indígena. Era provavelmente uma forma encontrada pelos nativos de resguardar seu território da invasão dos indesejados homens brancos.
A figura original do Saci – garoto índio – sofreu alterações por ocasião da inserção, na cultura brasileira, de elementos africanos e europeus, trazidos para cá pelos negros escravos importados da África e pelos colonizadores.
Ao chegarem a terras brasileiras trazendo seus próprios mitos e difundindo-os entre os que aqui habitavam, africanos e europeus provocaram uma mescla de características das três culturas, assim, a lenda do saci ganhou elementos novos.
O Saci se transformou em um garoto negro de características físicas africanas. Alguns acreditam que a ausência da perna se deveu a uma perda sofrida em uma disputa de capoeira, luta praticada pelos negros africanos. Também ganhou um cachimbo, típico dos costumes africanos. Da cultura européia ganhou um elegante barrete vermelho que reza a lenda, é a fonte de seus poderes mágicos.
Conclusão
Apesar de todo o encanto dessa lenda e desse personagem. Mesmo com a resistência em alguns lugares da cultura de contar histórias, o que se percebe hoje é a desvalorização da cultura oral e o enfraquecimento desses costumes a cada dia.
Alguns fatores, porém têm contribuído para que o Saci não se apague da memória de nosso povo e facilitado o acesso de mais pessoas a essa lenda que integra o patrimônio literário e cultural brasileiro.
Graças à criatividade de escritores brasileiros como: Maurício de Souza, Monteiro Lobato e Ziraldo, esse personagem viajou do campo para as grandes metrópoles e até mesmo para o exterior através de suas obras.
Monteiro Lobato, escritor conhecido do público infantil, foi o primeiro a lembrar o Saci. Nas décadas de 1970 e 1980 o personagem apareceu nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo e o personagem ficou conhecido em todo o País. Este é, talvez, o escritor que mais difundiu esse personagem, primeiro através da obra escrita e depois através da obra televisionada, que hoje tem alcance internacional, levando nosso personagem ao conhecimento do mundo.
Maurício de Souza, criador da turma da Mônica, também incluiu o Saci nas suas histórias em quadrinho, principalmente nas do personagem Chico Bento, que é um matuto da roça. Outro que imortalizou o Saci em sua obra foi Ziraldo com a criação da turma do Pererê, que também alcançou as telas da televisão.
Além do impulso dado pela literatura, outro fato importante foi a criação, em 2005, pelo governo brasileiro, do dia nacional do Saci, que deve ser comemorado dia 31 de outubro. Essa idéia surgiu com o intuito de minimizar a importância que se dá à comemoração do dia das bruxas3, reduzindo assim, a influência de culturas importadas e favorecendo a valorização da cultura e do folclore nacionais.
Leia mais sobre o Folclore Brasileiro.
1 O termo mitológico é utilizado aqui para designar um personagem que faz parte dos mitos da cultura brasileira. Segundo o Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0 mito é uma “narrativa na qual
aparecem seres e acontecimentos imaginários, que simbolizam forças da natureza, aspectos da vida
humana, etc. Representação de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela
tradição, etc”.
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