Niccolò Paganini (Gênova, 27 de outubro de 1782 — Nice, 27 de maio de 1840) foi um compositor, guitarrista e violinista italiano. É considerado o maior violinista da história, e um dos mais importantes expoentes da música do romantismo.
Continuador da escola italiana de violino de Pietro
Locatelli, Gaetano Pugnani e Giovanni Battista Viotti, Paganini é considerado
um dos maiores violinistas de todos os tempos, tanto pelo domínio do
instrumento como pelas inovações feitas em particular ao staccato e pizzicato.
Dotado de uma técnica extraordinária, suas composições eram consideradas
impossíveis de serem tocadas por outros violinistas (ele tinha dedos
excepcionalmente longos e era capaz de tocar três oitavas em quatro cordas em
uma mão, um feito extraordinário mesmo para os padrões de hoje). Sua habilidade
aparentemente não natural pode ter sido resultado da Síndrome de Marfan.[1] Ele
era muito rápido, dava saltos melódicos de várias oitavas, executava passos
longos com acordes que cobriam as quatro cordas, alternava rapidamente as notas
tocadas com o arco e dedilhava as notas com a mão esquerda. Ele também executou
harmônicos artificiais misteriosos e assustadores. Cada técnica era exagerada e
suas violentas performances quase sempre terminavam com o rompimento voluntário
e progressivo das cordas e a conclusão do concerto na única corda sobrevivente,
a de G.[2]
Por ter revolucionado a arte de tocar violino, ele deixou a
sua marca como um dos pilares da moderna técnica deste instrumento.[3] O seu
"Caprice No. 24" está entre suas composições mais conhecidas e serve
de inspiração para outros proeminentes artistas como Johannes Brahms e Sergei
Rachmaninoff. Mas suas contribuições vão além do violino, já que compôs peças
famosas para bandolim, violão, viola e fagote. Destacam-se seus duetos para
violino e violão e suas composições para quarteto de cordas.
Ainda hoje, sua figura é cercada de lendas relacionadas ao
seu prodigioso gênio (algumas também alimentado pelo ambiente do romantismo do
Século XIX) e ao suposto "pacto com o diabo" assinado por ele para
obter a fama e habilidade necessárias para tocar violino, contribuindo assim
para mitificar sua figura.[4]
Índice
1 Biografia
1.1 Infância
1.1.1 Carreira
1.2 1834-1840
2 Obras
2.1 Lista de
composições
3 Obras
inspiradas por Paganini
4 Homenagens
5 Referências
6 Bibliografia
7 Ligações
externas
Biografia
Niccolò Paganini em sua juventude.
Infância
Quando criança, era constantemente obrigado pelo próprio
pai, Antonio Paganini, a estudar violino, por horas a fio, sob ameaça de
castigos severos. Aos sete anos, começou a aprender o violino, estudando com
violinistas locais, como Giovanni Servetto e Giacomo Costa. O progresso de
Paganini, porém, era veloz, e, rapidamente, suas habilidades ultrapassaram a de
seus professores. Quando tinha nove anos de idade, foi para Parma a fim de
estudar com o famoso violinista Alessandro Rolla. E, após ter executado o mais
recente concerto de Rolla à primeira vista, o velho mestre aconselhou-o a continuar
os seus estudos em composição: "Nada tenho a lhe ensinar, meu menino. Vá e
procure Ferdinando Paër".
Carreira
Paganini, por Jean-Auguste Dominique Ingres, 1819.
Em seus primeiros concertos públicos, foi logo considerado
uma criança prodígio. Após libertar-se da custodia do pai, começou carreira
como virtuoso do violino, em toda a Itália. Ficou famoso também pelo seu estilo
da vida rebelde, frequentemente gastando todo o seu dinheiro em jogos e
diversões noturnas. Durante os anos de 1800-1805, desapareceu completamente da
vida pública.
Niccolò Paganini.
Embora no início de sua vida profissional desse os seus
concertos apenas na Itália, sua fama como violinista-virtuoso logo espalhou-se
por toda Europa.
Em 1822, é diagnosticado com sífilis, sendo tratado à base
de medicamentos contendo mercúrio e ópio, o que gerou graves consequências
físicas e psicológicas a Paganini.
Somente em 1828, saiu da Itália para uma viagem de concertos
no estrangeiro. Apresentou-se na Áustria, Alemanha e França entre outros
países, sempre com grande sucesso. Chopin, Schubert e Schumann estavam na
audiência de alguns desses concertos e parecem ter ficado maravilhados com a
sua execução ao violino.
É desnecessário dizer que a maioria das obras de Paganini
foram escritas para violino. Conquanto, diversas obras para violino e orquestra
possam fazer parte das suas peças. O violinista somente compôs cinco
verdadeiros concertos para violino. O primeiro Concerto pode provavelmente ser
datado de 1817. Em todas as apreciações, cartas e outras fontes contemporâneas
aparece o testemunho de como as plateias e os críticos reagiram à execução
deste "violinista diabólico". E mesmo agora - ainda que Paganini
tenha morrido[5] há mais de um século e meio - ele ainda aparece como um
exemplo clássico da execução "virtuosística" ao violino.
O estilo de vida de Niccolò Paganini e a sua aparência
mefistofélica deram origem a historias de que o seu virtuosismo era devido a um
pacto com o demônio. É mais provável que ele fosse portador de uma doença, a
Síndrome de Marfan, cujos sintomas típicos são os dedos particularmente
compridos e magros.
1834-1840
Niccolò Paganini, por Georg Friedrich Kersting, 1830.
Em Paris, no ano de 1834, recebe tratamento para a
tuberculose. No mesmo ano, em setembro, Paganini encerra sua carreira de
concertista e retorna à Gênova, sua cidade natal.
Em 1835, viaja à Parma, a fim de organizar a orquestra da
corte, a pedido da arquiduquesa austríaca Maria Luísa. Na ocasião,
desentendeu-se com os instrumentistas e não consegui cumprir seu objetivo.
De volta à Paris, em 1836, funda um cassino, o "Cassino
Paganini". Após pouco tempo de funcionamento, as despesas e o fracasso do
novo negócio deixaram Paganini com vários problemas financeiros, o que o fez
perder boa parte de sua fortuna. Esse episódio lhe gerou muita tristeza e,
consequentemente, um agravamento de sua doença. Para recuperar o dinheiro
perdido, leiloou seus pertences pessoais, incluindo seus violinos e outros
instrumentos musicais.
Seus últimos anos foram passados em Nice. Muito doente, sem
conseguir falar e com uma tosse incessante, Paganini morre de hemorragia
interna no dia 27 de maio de 1840, aos 57 anos. Seu corpo está enterrado no Cimitero
della Villetta, Parma, Itália.[6]
Na história dos intérpretes do violino, os pontos de
referência mais importantes podem ser encontrados a partir do século XVII. Por
um lado, isso é coerente com a origem do que hoje em dia é considerado um
"verdadeiro" violino e, por outro, com o desenvolvimento da legítima
música instrumental na qual a virtuosidade se tornou um elemento cada vez mais
importante.
Ainda que, em séculos anteriores, diversos instrumentos de
cordas tivessem sido conhecidos - tais como o árabe redab e o violino medieval
-, o violino com quatro cordas não se transformou em padrão antes que o estilo
barroco viesse a surgir na Itália. Com o novo idioma, o estilo do instrumental
concertante veio a florescer: embora tivesse havido definitivamente obras
instrumentais anteriormente, elas tinham sido baseadas principalmente nos
modelos vocais e o verdadeiro estilo virtuoso de execução desenvolveu-se
durante o período no qual o princípio concertante estava se tornando
gradualmente mais importante. Os compositores mais importantes para o
instrumento no século XVII e na primeira parte do século XVIII foram italianos,
tais como Marini, Corelli, Vivaldi e Tartini. Só gradualmente é que outros
países começaram a desempenhar algum papel, por exemplo, com Leopold Mozart
(pai de Wolfgang Amadeus Mozart) que foi não somente um músico talentoso como
também publicou um dos mais influentes métodos, na época, para a execução do
instrumento.
Tão esquecido quanto possa estar Viotti em nossos dias,
assim também é Niccolò Paganini. Sendo um dos primeiros instrumentistas do
romantismo musical, Paganini mostrou a pianistas do quilate de Franz Liszt uma
nova forma tocar, explorando a técnica e a virtuosidade de um instrumento.
Considerado por muitos o melhor violinista de todos os tempos.
Niccolò Paganini (Gênova, 27 de outubro de 1782 — Nice, 27
de maio de 1840) foi um compositor, guitarrista e violinista italiano. É
considerado o maior violinista da história, e um dos mais importantes expoentes
da música do romantismo.
Continuador da escola italiana de violino de Pietro
Locatelli, Gaetano Pugnani e Giovanni Battista Viotti, Paganini é considerado
um dos maiores violinistas de todos os tempos, tanto pelo domínio do
instrumento como pelas inovações feitas em particular ao staccato e pizzicato.
Dotado de uma técnica extraordinária, suas composições eram consideradas
impossíveis de serem tocadas por outros violinistas (ele tinha dedos
excepcionalmente longos e era capaz de tocar três oitavas em quatro cordas em
uma mão, um feito extraordinário mesmo para os padrões de hoje). Sua habilidade
aparentemente não natural pode ter sido resultado da Síndrome de Marfan.[1] Ele
era muito rápido, dava saltos melódicos de várias oitavas, executava passos
longos com acordes que cobriam as quatro cordas, alternava rapidamente as notas
tocadas com o arco e dedilhava as notas com a mão esquerda. Ele também executou
harmônicos artificiais misteriosos e assustadores. Cada técnica era exagerada e
suas violentas performances quase sempre terminavam com o rompimento voluntário
e progressivo das cordas e a conclusão do concerto na única corda sobrevivente,
a de G.[2]
Por ter revolucionado a arte de tocar violino, ele deixou a
sua marca como um dos pilares da moderna técnica deste instrumento.[3] O seu
"Caprice No. 24" está entre suas composições mais conhecidas e serve
de inspiração para outros proeminentes artistas como Johannes Brahms e Sergei
Rachmaninoff. Mas suas contribuições vão além do violino, já que compôs peças
famosas para bandolim, violão, viola e fagote. Destacam-se seus duetos para
violino e violão e suas composições para quarteto de cordas.
Ainda hoje, sua figura é cercada de lendas relacionadas ao
seu prodigioso gênio (algumas também alimentado pelo ambiente do romantismo do
Século XIX) e ao suposto "pacto com o diabo" assinado por ele para
obter a fama e habilidade necessárias para tocar violino, contribuindo assim
para mitificar sua figura.[4]
Índice
1 Biografia
1.1 Infância
1.1.1 Carreira
1.2 1834-1840
2 Obras
2.1 Lista de
composições
3 Obras
inspiradas por Paganini
4 Homenagens
5 Referências
6 Bibliografia
7 Ligações
externas
Biografia
Niccolò Paganini em sua juventude.
Infância
Quando criança, era constantemente obrigado pelo próprio
pai, Antonio Paganini, a estudar violino, por horas a fio, sob ameaça de
castigos severos. Aos sete anos, começou a aprender o violino, estudando com
violinistas locais, como Giovanni Servetto e Giacomo Costa. O progresso de
Paganini, porém, era veloz, e, rapidamente, suas habilidades ultrapassaram a de
seus professores. Quando tinha nove anos de idade, foi para Parma a fim de
estudar com o famoso violinista Alessandro Rolla. E, após ter executado o mais
recente concerto de Rolla à primeira vista, o velho mestre aconselhou-o a continuar
os seus estudos em composição: "Nada tenho a lhe ensinar, meu menino. Vá e
procure Ferdinando Paër".
Carreira
Paganini, por Jean-Auguste Dominique Ingres, 1819.
Em seus primeiros concertos públicos, foi logo considerado
uma criança prodígio. Após libertar-se da custodia do pai, começou carreira
como virtuoso do violino, em toda a Itália. Ficou famoso também pelo seu estilo
da vida rebelde, frequentemente gastando todo o seu dinheiro em jogos e
diversões noturnas. Durante os anos de 1800-1805, desapareceu completamente da
vida pública.
Niccolò Paganini.
Embora no início de sua vida profissional desse os seus
concertos apenas na Itália, sua fama como violinista-virtuoso logo espalhou-se
por toda Europa.
Em 1822, é diagnosticado com sífilis, sendo tratado à base
de medicamentos contendo mercúrio e ópio, o que gerou graves consequências
físicas e psicológicas a Paganini.
Somente em 1828, saiu da Itália para uma viagem de concertos
no estrangeiro. Apresentou-se na Áustria, Alemanha e França entre outros
países, sempre com grande sucesso. Chopin, Schubert e Schumann estavam na
audiência de alguns desses concertos e parecem ter ficado maravilhados com a
sua execução ao violino.
É desnecessário dizer que a maioria das obras de Paganini
foram escritas para violino. Conquanto, diversas obras para violino e orquestra
possam fazer parte das suas peças. O violinista somente compôs cinco
verdadeiros concertos para violino. O primeiro Concerto pode provavelmente ser
datado de 1817. Em todas as apreciações, cartas e outras fontes contemporâneas
aparece o testemunho de como as plateias e os críticos reagiram à execução
deste "violinista diabólico". E mesmo agora - ainda que Paganini
tenha morrido[5] há mais de um século e meio - ele ainda aparece como um
exemplo clássico da execução "virtuosística" ao violino.
O estilo de vida de Niccolò Paganini e a sua aparência
mefistofélica deram origem a historias de que o seu virtuosismo era devido a um
pacto com o demônio. É mais provável que ele fosse portador de uma doença, a
Síndrome de Marfan, cujos sintomas típicos são os dedos particularmente
compridos e magros.
1834-1840
Niccolò Paganini, por Georg Friedrich Kersting, 1830.
Em Paris, no ano de 1834, recebe tratamento para a
tuberculose. No mesmo ano, em setembro, Paganini encerra sua carreira de
concertista e retorna à Gênova, sua cidade natal.
Em 1835, viaja à Parma, a fim de organizar a orquestra da
corte, a pedido da arquiduquesa austríaca Maria Luísa. Na ocasião,
desentendeu-se com os instrumentistas e não consegui cumprir seu objetivo.
De volta à Paris, em 1836, funda um cassino, o "Cassino
Paganini". Após pouco tempo de funcionamento, as despesas e o fracasso do
novo negócio deixaram Paganini com vários problemas financeiros, o que o fez
perder boa parte de sua fortuna. Esse episódio lhe gerou muita tristeza e,
consequentemente, um agravamento de sua doença. Para recuperar o dinheiro
perdido, leiloou seus pertences pessoais, incluindo seus violinos e outros
instrumentos musicais.
Seus últimos anos foram passados em Nice. Muito doente, sem
conseguir falar e com uma tosse incessante, Paganini morre de hemorragia
interna no dia 27 de maio de 1840, aos 57 anos. Seu corpo está enterrado no Cimitero
della Villetta, Parma, Itália.[6]
Na história dos intérpretes do violino, os pontos de
referência mais importantes podem ser encontrados a partir do século XVII. Por
um lado, isso é coerente com a origem do que hoje em dia é considerado um
"verdadeiro" violino e, por outro, com o desenvolvimento da legítima
música instrumental na qual a virtuosidade se tornou um elemento cada vez mais
importante.
Ainda que, em séculos anteriores, diversos instrumentos de
cordas tivessem sido conhecidos - tais como o árabe redab e o violino medieval
-, o violino com quatro cordas não se transformou em padrão antes que o estilo
barroco viesse a surgir na Itália. Com o novo idioma, o estilo do instrumental
concertante veio a florescer: embora tivesse havido definitivamente obras
instrumentais anteriormente, elas tinham sido baseadas principalmente nos
modelos vocais e o verdadeiro estilo virtuoso de execução desenvolveu-se
durante o período no qual o princípio concertante estava se tornando
gradualmente mais importante. Os compositores mais importantes para o
instrumento no século XVII e na primeira parte do século XVIII foram italianos,
tais como Marini, Corelli, Vivaldi e Tartini. Só gradualmente é que outros
países começaram a desempenhar algum papel, por exemplo, com Leopold Mozart
(pai de Wolfgang Amadeus Mozart) que foi não somente um músico talentoso como
também publicou um dos mais influentes métodos, na época, para a execução do
instrumento.
Tão esquecido quanto possa estar Viotti em nossos dias,
assim também é Niccolò Paganini. Sendo um dos primeiros instrumentistas do
romantismo musical, Paganini mostrou a pianistas do quilate de Franz Liszt uma
nova forma tocar, explorando a técnica e a virtuosidade de um instrumento.
Considerado por muitos o melhor violinista de todos os tempos.
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